Sabedoria Infantil #2

Mãe - Este arrumador é um bocadinho maluquinho...
Ema - Porquê? É malcriado?
Mãe - Não é bem malcriado, ele até tem piada, mas...Tem um bocadinho de mau feitio, não achaste?
Ema - Mau feitio? O que é isso?
Mãe - É assim como nós: teimoso, diz tudo o que lhe apetece, trata mal as pessoas de quem não gosta (os dos carros de rico, 'que metem o carrão onde lhes apetece').
Ema - Mas nós também temos bom feitio.
Mãe - Ai sim? Onde é que achas que temos bom feitio?
Ema - À esquerda.

Grande lição eu aprendi assim a rir. É bem verdade, só posso falar por mim. Posso ter esta metade de mau feitio, com o seu quê de ditadora, levemente reaccionária; mas a minha metade de esquerda vai compensando com a solidariedade, o pensar nos outros e aproveitar os nossos (pequenos) privilégios para ajudar quem não os tem. É sem dúvida à esquerda que está a metade boa.

Nós com a luz das férias

As nossas praias têm sempre esta luz do por-do-sol no mar que nos faz tirar fotografias sem parar. São fotografias individuais, a dois, a 3 e a 4 - como esta. Estes por do sol são como quadros feitos para nos deliciarmos e relaxarmos e é assim que nos preparamos para o resto do ano, a correr e a saltar.

O primeiro dia da Escola

O Primeiro Dia de Escola tem um simbolismo grande, que talvez só os adultos compreendem. Algumas crianças pressentem qualquer coisa e partilham com os pais o nervosismo de entrar na escola. A Escola Sentada, como lhe chama a Ema. Porque vão passar o dia sentados. A mãe ficou mais descansada de saber que não era mesmo o dia todo, mas alguma parte dele, em blocos não tão longos assim.
Para nós há muita coisa a ajudar: a escola não é nova, os colegas são os amiguinhos já conhecidos, a professora já era conhecida deles (mais do que de nós) e tem vontade de dar aulas e de estar com um grupo novo de meninos e meninas (convém, apesar de não ser assim tão comum).
Para os pais é um passo maior, em que fazemos a nossa filhinha crescer à força, encaixar-se nas linhas rectas de cadernos novos, aprender a pensar como os grandes, como nós, como toda a gente, com regras ortográficas, gramaticais e de lógica que até aqui não entravam nas conversas. Crescer é bom, crescer com os filhos e filhas também, mas não quer dizer que não nos sintamos pequeninos de novo, a passar portas maiores que nós e mais pesadas do que nossos braços conseguem abrir.
Vamos lá para a escola!

Almoço a 2

Pelo chão, com brincadeiras, gritarias, birrinhas, risos e gargalhadas.

Parece que não há ninguém à volta (a tentar almoçar)

Os anos da Tia Luísa

O arranque das férias de família começa sempre com os anos da Tia Luísa. Vestimo-nos a rigor para passar uma bela tarde num jardim, às vezes a brincar numa tenda, com bolas carros e bonecas. Este ano houve um pic-nic surpresa da Ema, carregado às costas sem ninguém saber.

Entre amigas

Há meninas com sorte: a Carolina, a Catarina e a Ema têm mamãs queridas que as levam a dormir em tendas, a fugir de abelhas que gostam de carnes, só para as brincadeiras serem intermináveis e a noite acompanhada de conversa até se cair para o lado.

Andanças

Era para aprender danças mas as meninas (a Gabriela e a Ema) preferiram correr na areia, tomar banho na barragem, pintar-se, passear no campo e brincar, brincar muito.
Das danças, danças voltamos com uma música havaiana na cabeça e no corpo. As mães bem cansadinhas e as filhas felizes da experiência. Quando as memórias tiverem esquecido as birras e o cansaço voltamos.

Do Mundial

Do Mundial 2014 vale a pena reter:

Ema - Mas estes jogos nunca têm raparigas?
Mãe e Pai - Pois, tens razão...As raparigas também têm os seus jogos, jogam à parte, em equipa só de meninas e até devem ter assim campeonatos.
Ema - Isto não é nada justo.

Pois não, filha. Mas como é que se explica isto?!?

Dicionário Afonsino

A primeira - Olá
Mamã- Mamã, papá, mana (alguma confusão familiar)
Papá- Papá
Papa- papa
Mema - ema
Uau- livro
Cola- colo
Cão- Cão e outros animais
Banba- panda
Cauauo- cavalo
Aca- vaca
Piu-piu- passarinho
Chaír- sair
Ta ta- já está
Aua- água
Caíu- cair so chão ou ser atirado ao chão
Abó- Avó e avô
Tia- Tia
Carrú- carro
Boua- bola

3 Primas

As três primas a divertirem-se muito no palco do almoço da família da Ema. A Marta, a Ema e a Maria Rita.

Arroz de Povo

Ema - Já me esqueci daquele poema das manifestações...
Mãe - Qual?
Ema - Aquele ' o polvo vencido...' - como é que é?
Mãe - Ah! É o povo unido, jamais será vencido.
Ema - Não, não é esse. Não deves saber qual é.
Mãe - Mas eu sei bem qual é! Diz-se assim, não é polvo - é o povo, somos nós todos.
Ema - Não, isto é outro que a minha amiga M. me ensinou e eu ouvi nas manifestações.

Claro, isto de andar cá há mais tempo tem pouco valor. No século XXI deve ser mesmo assim: arroz de povo malandrinho e o polvo unido jamais será comido.

Primas e primo

Faltam as primas que faziam anos, que estavam muito ocupadas na sua recepção aos amigos e família. Mas a festa foi linda e as primas andaram a cavalo e tudo.

Parabéns Papá

Com os melhores colinhos do mundo!

Chapéus há muitos

Nós lá fomos arranjar os nossos para proteger do sol que teima em se esconder nesta primavera.

Conversas improváveis # 3

Pai - Tens de contar aquela história à mamã, da tua amiga da escola, tão querida...
Ema - Qual? Aquela da pulseira?
Pai - Sim, essa, ela foi muito querida contigo.
Ema - Ah, não quero contar, não vou contar.
Pai - Porquê?
Ema- Porque era mentira.
Pai - Contaste-me uma mentira? Mas era uma história tão grande da tua amiga, que metia a Elsa da Frozen e tudo...Era mesmo mentira?
Ema - Sim. É que eu gostei muito do dia das mentiras e decidi contar-te assim uma história.
Pai - Mas não era dia das mentiras! De certeza?!?
Ema - Sim, mas eu gostei muito desse dia. Ela não fez nada daquilo que te contei.

Alentejo, cromeleques e a Páscoa

A Páscoa com a Tia Luísa tem bons passeios, belíssimas refeições e belas conversas pela noite dentro.

Priminha

A Maria Rita é a minha priminha mais nova e já começamos a saber brincar um com o outro. E até a saber dizer o nome um do outro.

Conversas improváveis #2

Ema - Estive a pensar e quero ter dois trabalhos.
Mãe [2?!? Mas já não se sonha no que 'querem ser quando forem grandes?'] - Quais são?
Ema - Professora de ballet e pintora/desenhadora.

Sinais dos tempos (de crise): já ninguém pode viver de um só trabalho.

Refeições atribuladas

Quando eu decido comer sozinho, coçar-me a comer, agarrar com as mãos e espalhar.

Educação para a Vida

Mãe a deitar a Ema:- Vá, não me faças puxar-te pelo braço que ainda to arranco.
Ema - Se me arrancares o braço tenho de ser adoptada. 
Mãe: - Adoptada, então?
Ema: - Então - vão pensar que és má mãe e depois adoptam-me. 

Não é por acaso, foram mesmo umas sessões em conjunto com a Professora do Jardim de Infância e uma mãe assistente social e mais esta psicóloga. 
Começamos pela família, diversidade familiar e reprodução humana. Fomos tratando de sentimentos e medos e como os adultos tomam conta e ensinam as crianças a não ter medo. Daí partimos para as casas de acolhimento e as crianças adoptadas, os maus tratos e a negligência. 
Meses depois veio esta pérola à memória. 

Carnaval

Costumava ser um dia de grandes atenções e tensões, mas este ano o carnaval foi mais fácil. A Princesa Elsa estava feliz e participou na concepção e produção da sua máscara (com a ajuda preciosa da Prima Susana) e estava feliz da vida de encarnar a sua personagem. 

O Boneco de Neve - Afonsinho estava mais surpreendido com as maluquices carnavalescas  estes dias que aparecem no calendário sem que se espere. Apesar de ser chamado de passarinho, patinho e outros bicos, aguentou para fotografias rápidas a sua máscara - até na escolinha com a professora Cristina. 

Conversas improváveis na escola

Ema - Sabes, ontem fui despedida na escola.
Mãe - A sério? Mas o que é isso?
Ema - Então, as chefes do clube das raparigas despediram-me a mim, à Laura e à Lara, porque nós ajudávamos o clube dos rapazes a escapar das armadilhas delas.
Mãe - Ah. Não sabia que na escola também se podia ser despedido, como os adultos.
Ema - Não sabias? Depois nós fizemos um terceiro clube.
Mãe - Boa e deram-lhe um nome? (esperança...clube do terceiro género?!?)
Ema - Sim. Clube dos despedidos.
Mãe - Ah.

[Suspiro!] Maldita crise que se infiltra até nas brincadeiras ingénuas!